domingo, 25 de janeiro de 2009

COISAS DE SEMINÁRIO...

Quando aprendemos que, para amar aos demais, primeiro temos que amar a nós mesmos, então fica fácil. Difícil é tentarmos o contrário: amar aos demais sem amar a si mesmo antes. Observando a vida, vejo que por alguma razão muitos tentam fazer o contrário, e se colocam em segundo plano.

Certa vez, discutindo uma relação, fui claro e objetivo em dizer que eu estava me colocando em primeiro lugar, e que se isto significasse egoísmo, pois, eu estava sendo egoísta. A pessoa com que eu falava começou a chorar, e talvez, em seu próprio drama, estava expressando que não concordava.

Anos depois dessa discussão, posso dizer que estamos bem, e mais do que qualquer outra coisa, somos amigos. Hoje podemos discutir muitas outras coisas, sem necessariamente entrar em emoções, mas de forma madura, ver as coisas desde um ponto de vista neutro. Agora, dizer que esta caminhada foi fácil, bem, este é outro papo, pois não foi. Para terem uma idéia, houve um ciclo de sete anos em que nossas conversas se resumiam a amenidades, ou troca de farpas, ou, em resumo, ressentimentos.

O ponto que quero fazer é que, em um dado momento, eu fiz uma escolha: cuidar de mim antes de qualquer outra coisa. E é isto que até hoje tenho feito, e não vejo forma melhor de levar a vida: cuidar de mim, para cuidar dos demais.

Pois então, antes de lançar-se a salvar o mundo, salve-se você mesmo daquilo que já não lhe apóia, e depois mostre o caminho àqueles que você mais ama. Você vai perceber que funciona. Então, lembrando o seminário, experimente fazendo sua parte: cuide de você antes de cuidar dos demais.

:)

APRENDIZADO COMUM...


Por Martha Medeiros

Eu estava dentro de um avião, prestes a decolar, e pela milionésima vez na vida escutava a orientação da comissária: "Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado." E a imagem no monitor mostrava justamente isso, uma mãe colocando a máscara no filho pequeno, estando ela já com a dela.É uma imagem um pouco aflitiva, porque a tendência de todas as mães é primeiro salvar o filho e depois pensar em si mesma. Um instinto natural da fêmea que há em nós. Mas a orientação dentro dos aviões tem lógica: como poderíamos ajudar quem quer que seja estando desmaiadas, sufocadas, despressurizadas? Isso vem ao encontro de algo que sempre defendi, por mais que pareça egoísmo: se quer colaborar com o mundo, comece por você. Tem gente à beça fazendo discurso pela ordem e reclamando em nome dos outros, mas mantém a própria vida desarrumada. Trabalham naquilo que não gostam, não se esforçam para manter uma relação de amor prazerosa, não cuidam da própria saúde, não se interessam por cultura e informação e estão mais propensos a rosnar do que a aprender. Com a cabeça assim minada, vão passar que tipo de tranqüilidade adiante? Que espécie de exemplo? E vão reivindicar o quê? Quer uma cidade mais limpa, comece pelo seu quarto, seu banheiro e seu jardim.Quer mais justiça social, respeite os direitos da empregada que trabalha na sua casa.Um trânsito menos violento, é simples: avalie como você mesmo dirige.E uma vida melhor para todos? Pô, ajudaria bastante pôr um sorriso nesse rosto, encontrar soluções viáveis para seus problemas, dar uma melhorada em você mesmo.

Parece simplório, mas é apenas simples. Não sei se esse é o tal "segredo" que andou circulando pelos cinemas e sendo publicado em livro, mas o fato é que dar um jeito em si mesmo já é uma boa contribuição para salvar o mundo, essa missão heróica e tão bem intencionada. Claro que não é preciso estar com a vida ganha para ser solidário. A experiência mostra que as pessoas que mais se sensibilizam com os dilemas alheios são aquelas que ainda têm muito a resolver na sua vida pessoal. Por outro lado, elas não praguejam, não gastam seu latim à toa: agem. A generosidade é seu oxigênio. Tudo o que nos acontece é responsabilidade nossa, tanto a parte boa quanto a parte ruim da nossa história, salvo fatalidades do destino e abandonos sociais. E, mesmo entre os menos afortunados, há os que viram o jogo, ao contrário daqueles que apenas viram uns chatos. Portanto, fazer nossa parte é o mínimo que se espera.Antes de falar mal da "Caras", pense se você mesmo não anda fazendo muita fofoca. Coloque sua camiseta pró-ecologia, mas antes lembre-se de não jogar lixo na rua e nem de usar o carro desnecessariamente. Reduza o desperdício na sua casa.Uma coisa está relacionada com a outra: você e o universo. Quer mesmo salvá-lo? Analise seu próprio comportamento. Não se sinta culpado por pensar em si próprio. Cuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Agora sim, estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se faz.

:)